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Resenha #34 - O Cortiço - Aluísio Azevedo

Título: O Cortiço
Autor: Aluísio Azevedo
Páginas: 267
Editora: Nova Fronteira
Sinopse: “O Cortiço”, livro publicado em 1890, é considerado uma obra-prima do Naturalismo no Brasil. Ainda que notadamente influenciado por Émile Zola, são notórios o vigor e a originalidade de uma narrativa que traz à baila os problemas sociais urbanos da sociedade daquela época — tendo como “palco” principal um cortiço. Pintor de variada galeria de tipos, da representação do cotidiano, Aluísio Azevedo fixou-se nas letras com seu traço forte e também por personificar, com grande destaque, a fase naturalista brasileira.





Em O Cortiço, é narrada a trajetória de João Romão, um português sem escrúpulos, mesquinho e ambicioso, cujo único objetivo de vida é enriquecer. Para conseguir mais e mais dinheiro, ela explora os empregados, onde nem mesmo sua amante Bertoleza escapa, ele a obriga trabalhar sem descanso, trabalhando sem feriado nem dia santo. Em pouco tempo, ele consegue juntar dinheiro e compra todo o terreno ao redor de sua venda. Nesse grande terreno constrói 100 casinhas e abre o Cortiço São Romão.
Os moradores do Cortiço, tem sua própria e importante história que passa a ser narrada paralelamente com a de João Romão. Apesar de viverem em meio a simplicidade e as dificuldades, esses moradores são um muito alegres, sempre fazendo festa. 


Não me canso de dizer pras pessoas tirarem a "mochilinha do preconceito" e conhecer pelo menos um dos clássicos. Eu também não lia esses livros, eu também achava que por ser velho era chato. Isso tudo até divulgarem a lista de leituras obrigatórias para o vestibular... Não tinha outra saída. Olha, ainda bem que eu li, me apaixonei por várias obras e O Cortiço foi uma delas. 
O autor descreve os personagens e suas atitudes de forma animalesca e selvagem, aspectos muito marcantes durante a Fase Naturalista da literatura brasileira, bem diferente do modo romântico que estamos acostumados, onde tudo é idealizado. 
Com o decorrer da história, me interessei bem mais pela vida dos moradores do Cortiço, que são bem mais interessantes que a obsessão pelo dinheiro de João Romão. 
O triângulo amoroso entre Rita Baiana, Jerônimo e Firmo apesar de ter grande destaque não me encantou, as atitudes de Jerônimo são desprezíveis. Não o julgo por se apaixonar por Rita, mas sim por abandonar a filha, deixar a criança sem carinho, presença paterna e privá-la dos estudos. 
A história de Pombinha vai crescendo e se mostrando relevante, no início ela era apenas uma garota esperando o dia de seu casamento, mas passado o tempo descobrimos uma mulher forte, auto suficiente, que abandona o marido e vai viver com Léonie, uma prostituta que torna-se sua amante. Não tenho dúvidas que na época, meados do século XIX, esse romance lésbico causou grandes polêmicas, afinal não era um assunto discutido tão abertamente na literatura nacional.
O Cortiço foi um livro que me apresentou uma nova fase e espero que outros leitores possam, agora ou em algum dia, conhecer a história mais a fundo e se apaixonar também. 

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