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Resenha #28 - Capitães da Areia - Jorge Amado

Título: Capitães da Areia
Autor: Jorge Amado
Páginas: 280
Editora: Companhia de Bolso
Sinopse: Desde o seu lançamento, em 1937, Capitães da Areia causou escândalo: inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública, por determinação do Estado Novo. Ao longo de sete décadas a narrativa não perdeu viço nem atualidade, pelo contrário: a vida urbana dos meninos pobres e infratores ganhou contornos trágicos e urgentes.Várias gerações de brasileiros sofreram o impacto e a sedução desses meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. Verdadeiro romance de formação, o livro nos torna íntimos de suas pequenas criaturas, cada uma delas com suas carências e suas ambições. Com a força envolvente da sua prosa, Jorge Amado nos aproxima desses garotos e nos contagia com seu intenso desejo de liberdade.

O romance Capitães da Areia pertence à 2ª fase do Modernismo, cuja narrativa é fortemente vinculado às transformações políticas, sociais e econômicas do período. Foi a primeira vez, na literatura brasileira, que um autor denunciou de forma tão explícita o problema dos menores infratores que desafiavam a sociedade da época. O título de romance, se deve ao fato de minimizar os 'defeitos' dos garotos e dar destaque aos 'defeitos' da sociedade. 
A obra trata da, também atual, problemática do menor abandonado e das suas consequências: a violência, criminalidade e discriminação. Consequências essas, já fixadas na rotina. São mais de 50 garotos vivendo em trapiche abandonado, roubando para conseguir sobreviver.
Dentre os personagens principais temos: Pedro Bala, o líder do grupo, passou a ser como um pai para os meninos, pois se tornou um grande exemplo; Professor, era o único que sabia ler e, com isso contava histórias repletas de aventuras, trazia para a realidade daquelas garotos uma felicidade que só a literatura poderia proporcionar; Gato era um verdadeiro malandro, aproveitava da sua esperteza pra se dar bem na vida; Pirulito, um garoto bom que acreditava na fé e na igreja, sonhava em um dia ser padre; e Sem-Pernas, o ódio em pessoa, para conseguir roubar aproveitava-se de sua perna coxa para sensibilizar as vítimas.
Durante toda a história são mostrados os planos, as dificuldades. Vemos também como o abandono e carência uniu esses meninos, vemos grandes amizades, daquelas que se arriscariam para defender seu "irmão de rua".


Capitães da Areia apesar de ter sido publicado em 1937, pode ser considerado um livro atemporal, afinal de contas, relata uma história que continuam marcadas nas páginas de jornais e canais de televisão. O autor Jorge Amado foi duramente criticado, mas conseguiu criar personagens fortes, capazes alertar a sociedade para um problema tão cotidiano.
Esses personagens são vítimas? São heróis? Ou apenas menores abandonados, sofrendo por conta de um sistema político e econômico que precisa, urgentemente, de mudanças? 

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4 comentários:

  1. A história desse livro se passa aqui em Salvador, onde eu moro. Eu nunca li esse livro, porém pretendo ler. Gostei da resenha Ana, beijos! <3
    http://facetasdacarol.blogspot.com.br/

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    1. É mesmo, a história se passa em Salvador. É uma leitura que vale super a pena, mais do que recomendada.
      Beijos <3

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  2. Amo esse livro, Capitães da Areia é uma parte de mim literalmente! Li o livro, vi o filme e ainda vi a peça de teatro e cada um mais lindo que o outro, todos deveriam ler esse livro é magnifico!

    doladobaocliche.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Sério que tem uma peça inspirada em Capitães? Não sabia kkk Com certeza deve ser tão boa quanto a obra original e o filme.

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